quarta-feira, 17 de julho de 2013

Pessoas com deficiência têm dificuldade de encontrar imóveis adaptados


Comprar  um imóvel e ter de fazer reforma para conseguir entrar no banheiro. 
Pagar um condomínio que não oferece estrutura para entrar na piscina
 Pegar o elevador e não saber quando seu andar chegou.
 Essa é a realidade para boa parte das pessoas com deficiência no país.
Dificuldade de comprar imóvel adaptado começa no estande de vendas Opinião: 
Ter um imóvel com acessibilidade mínima não é luxo
A obrigatoriedade de prover acessibilidade, segundo a prefeitura de São Paulo, 
vale apenas para a área comum de um empreendimento residencial-ou seja, 
da porta do apartamento para fora.
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Na prática, mesmo no caso da área comum, que reúne espaços como 
o salão de festas e a piscina, a acessibilidade raramente é completa a 
ponto de permitir que o condômino que utiliza cadeira de rodas consiga
 frequentar todos os ambientes.
Nos empreendimentos muito antigos, a acessibilidade costuma ser ainda 
menor e os obstáculos podem estar já na entrada do prédio, sem opção de rampa.
“Os condomínios antigos é que são deficientes, não as pessoas, 
mas prevalece o bom senso, já que aplicar 100% de locomoção é difícil. 
Se há um morador com deficiência, preciso fazer todas as adaptações,
 mas isso é uma coisa onerosa. O visitante tem de ter acesso ao hall e ao imóvel”, 
diz Marcelo Mahtuk, diretor da administradora de condomínios Manager.
Tetraplégico após um mergulho, há dez anos, o advogado Danilo Freire, 26,
 conta que buscou diariamente, durante um mês, um imóvel para alugar 
em São Paulo em que pudesse entrar no banheiro com a cadeira de rodas.
Como é comum que o vão das portas do banheiro meça 60 cm -insuficiente
 para passar com uma cadeira de rodas, mas de acordo com a exigência legal
 em São Paulo-, Freire alugou um imóvel e logo teve que reformá-lo.
Tirou o batente e a porta antiga do banheiro e instalou uma de correr, 
que ocupa menos espaço. Além disso, excluiu o bidê para ter onde deixar
a cadeira de rodas. Gastou cerca de R$ 800 com as adaptações.
Agora quer comprar um apartamento, mas antevê dificuldades. “Em São Paulo,
 o problema é seríssimo. Não se encontra imóvel adaptado, nem novo, nem velho.”

Por Daniel Vasques (Folha de S. Paulo)


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