Secretário do governo reconhece que há uma lacuna nas políticas públicas em relação ao futuro dos esportistas com deficiência.
Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
Clodoaldo Silva: muito atletas vivem de favores de amigos e parentes após abandonarem as competições.
Os recursos destinados às atividades paradesportivas têm crescido no Brasil nos últimos anos, acompanhados da melhoria de resultados dos paratletas nacionais. Entretanto, o futuro desses profissionais após o encerramento de suas carreiras é fonte de preocupação e foi debatido nesta quinta-feira ( 21) pela Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados.
O nadador Clodoaldo Silva, ganhador de 13 medalhas paralímpicas (seis delas de ouro), admitiu que houve aumento no investimento no esporte paraolímpico de base e de alto rendimento após a Lei Agnelo/Piva (10.264/01), mas destacou que muitos campeões passam por dificuldades quando abandonam as competições. “Temos de procurar mecanismos de apoio a esses esportistas após encerrarem suas carreiras. Muitos deles ganham medalhas e fazem a alegria dos brasileiros, mas, quando se aposentam, ficam na invisibilidade, às vezes sendo mendigos, tendo de viver de favores de amigos e parentes", declarou.
O secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Antonio José Ferreira, reconheceu que há uma lacuna nas políticas públicas em relação ao futuro dos atletas paradesportivos.
"A vida útil de paratleta é extremamente curta, principalmente porque essa pessoa já traz, pela condição da própria deficiência, limitações, sequelas. Precisamos desenvolver uma política que proteja esses cidadãos ao final da sua carreira paradesportiva”, afirmou. Ferreira acrescentou que esse tema deve ser tratado conjuntamente pelos ministérios do Esporte; e da Previdência Social.
Projeto de lei
Autora do pedido para a realização do debate, a deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), salientou que estuda a possibilidade de apresentar um projeto de lei com propostas para melhorar a condição de vida dos paratletas após o encerramento de suas carreiras. "A Argentina, segundo nos informou o Comitê Paralímpico Brasileiro, tem um bom exemplo a ser seguido. Vamos pesquisar e fazer as adequações necessárias, para que possamos não só trazer essa discussão para o Parlamento de forma mais efetiva, mas também gerar um projeto de lei que futuramente ampare o atleta olímpico e paralímpico após a sua vida de alto rendimento", comentou.
Autora do pedido para a realização do debate, a deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), salientou que estuda a possibilidade de apresentar um projeto de lei com propostas para melhorar a condição de vida dos paratletas após o encerramento de suas carreiras. "A Argentina, segundo nos informou o Comitê Paralímpico Brasileiro, tem um bom exemplo a ser seguido. Vamos pesquisar e fazer as adequações necessárias, para que possamos não só trazer essa discussão para o Parlamento de forma mais efetiva, mas também gerar um projeto de lei que futuramente ampare o atleta olímpico e paralímpico após a sua vida de alto rendimento", comentou.
O Brasil ficou em sétimo lugar nos Jogos Paralímpicos de Londres, no ano passado, com 43 medalhas. A Caixa Econômica Federal, principal patrocinador dos paratletas, aumentou seus investimentos de R$ 11,4 milhões em 2012 para R$ 28 milhões neste ano. A estatal pretende chegar em 2016, ano dos Jogos no Rio de Janeiro, a R$ 34 milhões. Já o programa Bolsa-Atleta beneficiou quase cinco mil desportistas de 2008 a 2012, com um total de cerca de R$ 5,5 milhões aplicados.
A falta de profissionalização das entidades de paratletas foi apontada pelos debatedores como um obstáculo para o recebimento de mais verbas.
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