Os Jogos Paralímpicos deixarão um legado de maior acessibilidade à cidade do Rio de Janeiro para as pessoas com deficiência. As Paralimpíadas ocorrerão logo depois das Olimpíadas de 2016 e trarão mais de 10 mil pessoas para os eventos, incluindo 4.200 atletas, de 150 países. A avaliação é do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, que participou hoje (18) de encontro na sede da Autoridade Pública Olímpica (APO), no centro do Rio.
“Precisamos de jogos que deixem legados nas estruturas construídas e nos serviços disponibilizados, que gerem uma continuidade para beneficiar o cidadão. E que possamos aproveitar o momento para ampliar a consciência da sociedade em relação à pessoa com deficiência, principalmente junto às crianças e aos jovens”, disse Parsons.
O presidente do Comitê Paralímpico declarou ainda que é preciso implementar melhorias na cidade, a fim de possibilitar o livre trânsito de pessoas com qualquer tipo de deficiência, seja de locomoção, de audição, de fala ou de visão.
“Nenhuma cidade do mundo é 100% acessível a pessoas com deficiência e o Rio de Janeiro também não é, principalmente no que diz respeito a sistema de transporte e a calçadas. Mas há que se aproveitar os Jogos para fazer isso. O prefeito do Rio [Eduardo Paes] anunciou um programa preliminarmente chamado de Calçada Lisa e há uma preocupação em tornar a cidade mais acessível após os Jogos.”
Parsons lembrou que garantir acessibilidade não é só trabalhar no rebaixamento e no melhoramento de calçadas. “Não é só a questão dos cadeirantes. Além de rebaixar as calçadas, tem todo o sistema de transportes. Tem que colocar entradas com rampas em prédios públicos e prédios privados. Informações em braile nos pontos de ônibus. Tem que ter acesso à informação. Como uma pessoa cega pode acessar o computador? Como um deficiente auditivo pode usar o sistema de telefonia? Acessibilidade é algo muito maior do que simplesmente rampas e calçadas lisas”, ressaltou.
O presidente em exercício da APO, Elcione Macedo, destacou que é importante haver uma integração nos sistemas viários que estão sendo construídos para os Jogos sempre visando a garantir o acesso às pessoas com deficiência. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo Macedo, estima que 12,5% da população brasileira tenham algum tipo de deficiência.
“Os Jogos Paralímpicos são uma grande oportunidade de legado, de conscientização dos promotores e executores de políticas públicas em relação ao espaço urbano. O Rio tem uma grande chance de se tornar acessível. Estamos trabalhando em um projeto de caminhos com a ideia de que os polos de competição tenham um anel de alta performance acessível no transporte público, incluindo as estações intermodais [quando diversos meios de transporte se cruzam]. Um dos principais legados será garantir a acessibilidade plena nessas confluências. Um cadeirante poderá cruzar o Rio de Janeiro inteiro usando os meios de transporte públicos”, disse Macedo.
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