Criar um projeto de um sistema embarcado (SE) de baixo custo, que é capaz de transformar textos digitais em caracteres braile e fazer as respectivas marcações em papel, permitindo a disponibilização de informações em locais públicos para deficientes visuais. Este foi o objetivo do trabalho de conclusão de curso do egresso do curso de Ciência da Computação da URI – campus de Santo Ângelo, Giovani Bresolin Zancon.
Giovani, que colou grau no ano passado, desenvolveu uma impressora em braile usando apenas lixo eletrônico. Segundo ele, a ideia agora é dar continuidade no projeto a fim de tornar algo mais acessível, pois equipamentos como este custam em média R$ 6 mil. “Certamente este é apenas um projeto piloto que vai alavancar muitos outros. Queremos buscar recursos junto aos órgãos de fomento para financiar e aprimorar a pesquisa, pois já temos reconhecimento internacional. O próximo passo é continuar com pesquisas científicas para realizar trabalhos maiores, pois envolve programação eletrônica”, explica.
O acadêmico participou também de um evento no México, onde conquistou uma publicação internacional. Além disso, Giovani esteve em uma exposição durante o 1º SETI, realizado no início do mês na Universidade. “Fiquei muito feliz com a publicação, pois demonstra o reconhecimento e a importância do projeto”, destaca.
Na aplicação desenvolvida, foi utilizada uma programação especial capaz de converter o texto para a linguagem em braile. O equipamento foi desenvolvido não apenas para imprimir textos, mas também figuras e objetos que as impressoras normais não permitem fazer.
De acordo com o orientador do projeto, professor Alexandre dos Santos Roque, “o sistema ainda não é acessível, e nós, enquanto Universidade, precisamos promover a acessibilidade e gerar produtos ao Centro de Tecnologias Assistivas (CTA), agregando projetos a essas áreas”, afirma. Segundo o professor, “o âmbito acadêmico é muito deficiente nesta área de acessibilidade, e esse projeto possibilita a impressão de textos com baixo custo, além da reutilização do lixo eletrônico”, explica o professor.
O custo da impressora foi de R$ 300, e foi utilizada uma carcaça de impressora normal, motores e atuadores, sensores, placa, prototipagem rápida e a impressão com solenoide. O equipamento foi desenvolvido tendo em vista arquiteturas existentes, com a reutilização de lixo eletrônico para a montagem dos componentes de hardware e desenvolvimento de software para transcrever caracteres para a linguagem braile.
O professor acrescenta ainda que “na área da acessibilidade é notável que as tecnologias possam trazer grandes benefícios, como por exemplo, a acessibilidade voltada a deficientes visuais, e mais precisamente ferramentas de auxílio ao acesso às informações por tais deficientes”, finaliza.
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